Vidros estão por toda parte

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karine Manchini

Colocação em sacadas de condomínios deve seguir regras de padronização

A liberdade para escolher a pintura do imóvel ou se vai ou não construir um cômodo a mais não existe quando se trata da colocação de vidros nas sacadas dos apartamentos. O processo é burocrático até a aprovação de todos os moradores, e deve seguir inúmeras exigências de padronização de layout e normais de segurança. Porém, depois de instaladas, essas estruturas podem oferecer mais segurança, principalmente para quem tem criança, além de ajudar no controle de barulho, na climatização do espaço e no bloqueio de poluentes.

O arquiteto Thiago Augusto Papadopoli dos Santos relaciona pontos positivos e negativos para a escolha. “Diminuição de barulho e poeira, aumento de espaço e utilização maior da sacada são os principais benefícios. Já os malefícios são as mudanças estéticas na estrutura do edifício, peso maior e menos ventilação dentro do apartamento”, explica Santos, ressaltando que, conforme o tamanho da sacada, o metro quadrado já instalado pode custar cerca de R$ 650.

Dentre os modelos oferecidos e indicados para a escolha do envidraçamento da sacada estão o pivotante, de correr e o articulado, este último é o único que não altera a fachada dos edifícios e permite a abertura total do ambiente, oferecendo mais conforto e transparência. “O sistema de envidraçamento mais moderno e inovador do mercado é composto por painéis de vidros temperados ou laminados, ligados a perfis de alumínio anodizados colcoados em roldanas deslizantes com rolamentos blindados. Além do sistema de amortecimento, que permite que deslizem e girem facilmente”, explica Maria Pedreira de Freitas, da fabricante Balcony Brasil, reforçando que os tipos de vidro que fazem parte do sistema de envidraçamento são os temperados ou laminados de 8 ou 10 milímetros com lapidação reta. “Os painéis utilizados no nosso sistema são transparentes, de modo que a aparência externa do edifício permanece praticamente inalterada.”

Existe uma série de medidas que devem ser tomadas para que a administração aceite solicitação de mudança e entre em acordo com os moradores. Segundo o advogado especialista em Direito Imobiliário e responsável pelo departamento jurídico da empresa Mestre Administração, de Santo André, Álvaro Fumis Eduardo, devem ser estudadas todas as normas que certifiquem a autorização para o envidraçamento das varandas.

O segundo passo é a avaliação técnica e estrutural de instalação dos materiais, já que é possível que o peso sobrecarregue a sacada. Depois disso, o assunto deverá ser levado para assembleia geral organizada pelo condomínio, em que o conteúdo será liberado ou não pelos moradores, por meio de votação. “Caso seja aprovado, deverá ser votada a padronização do procedimento, a fim de ser mantido o padrão arquitetônico. Deverão ser escolhidos o tipo de envidraçamento, espessura, número de folhas e cor dos vidros. Além disso, deve ser tratada a possibilidade de mudança na porta balcão, colocação de cortinas e alteração da iluminação interna da varanda, e demais detalhes que possam ocasionar mudança visual da área externa do conjunto”, explica.

TAXAS E VISTORIA

Mesmo com todas as transformações feitas após a aprovação do projeto, os moradores podem ficar tranquilos quanto à taxa condominial, que não pode ser alterada, já que as modificações acontecerão em área privativa. Entretanto, como poderá ser feito aumento da área construída do imóvel, é possível acréscimo na cobrança do IPTU (Imposto Territorial e Predial Urbano). Além disso, as modificações e o envidraçamento de sacadas não são obrigatórios se aprovados, mas quem optar por colocar, deve respeitar o padrão definido durante acordo.

Os diversos procedimentos não acabam por aí. Após o término de todo o processo de modificação é necessário que um arquiteto vistorie a estética e estrutura dos prédios. Isso inclui o modelo de sacada que será envidraçada e se ela possui locais de apoio e fechamentos laterais.




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