No aconchego do lar

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Miriam Gimenes

A obrigatoriedade de ficar em casa fez com que as pessoas olhassem a decoração de outra maneira; especialista explica o que virou tendência
 
A falta de tempo ou de necessidade fez com que muitas pessoas deixassem de lado algo que, até o início do ano passado, poderia ser visto como supérfluo: a decoração da casa. Mas a obrigatoriedade de ficar em casa, imposta pela pandemia do coronavírus, como medida de proteção, fez com que muitas pessoas olhassem a disposição dos ambientes de outra forma. Não à toa, o número de imóveis que entraram em obras nos últimos 12 meses não foi baixo. Só em agosto do ano passado, segundo dados da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o aumento das vendas no segmento de materiais de construção, em relação ao mesmo período de 2019, foi de 24,1%.
 
 
E, junto com esta tendência em deixar o lar mais aconchegante, algumas características específicas surgiram, segundo a arquiteta Leticia Campos, da Construtora e Incorporadora Pride. “A arquitetura passou a ser extremamente funcional, porque acabamos ficando mais tempo em casa e notamos a necessidade de os espaços serem mais confortáveis e terem novos usos. Quem não transformou o quarto em escritório, a mesa da sala em suporte para reunião?”, analisa. 
 
Os novos empreendimentos feitos pela empresa onde trabalha, por exemplo, têm pensado neste sentido. “No hall do apartamento, por exemplo, tem de ter um espaço para colocar o sapato sujo, para higienizar, antes de entrar dentro de casa. Já os espaços têm de ter mais o uso de madeira, que promove a sensação de aconchego, inclusive nas paredes e piso”, exemplifica a profissional.
 
Segundo Leticia, outro local que pediu melhor decoração foi a varanda, presente na maioria dos apartamentos hoje. Além de plantas, que criam um clima gostoso no espaço, apetrechos para preparação de jantares e churrasco também tiveram de ser implementados. “Como não pode sair muito de casa, principalmente para jantar, estes lugares têm de ter um melhor aproveitamento e decoração.” E, no quesito cores, tanto das varandas quanto dos outros ambientes, a sugestão da arquiteta é a combinação do amarelo com cinza, cores escolhidas neste ano pela Pantone. 
 
“Mesmo as pessoas que não podem reformar a casa, mas querem mudar um pouco, podem optar apenas pela troca de cores, usando o amarelo em objetos de destaque. Vai dar um outro ar, vai ficar diferente”, sugere. Já o cinza, que é neutro, traz tranquilidade para o cômodo onde é usado, e combina com diversos tons. 
Os ambientes também passam a ser mais integrados, inclusive em apartamentos de menor espaço. “Como o tempo em casa passou a ser maior, essa adaptação dá mais liberdade e o local fica mais funcional, dando a sensação de espaços maiores e sofisticados”, finaliza a profissional.



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