Um ciclo sem fim

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Marcela Munhoz

A gente aprende na escola que todos os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem. O grande problema é que na aula de Ciências o professor não tem poderes para explicar o que acontece nesse meio- tempo. O que vem durante o crescer, no antes de se reproduzir – se é que isso está nos planos – e, muito menos, se há algo depois do morrer. E diferentemente dos animais e plantas, que vivem e sobrevivem guiados pelo instinto, o ser humano é levado pelos acontecimentos e chega neste mundo com algo extremamente precioso, mas profundamente complexo: o livre-arbítrio. Somos nós por nós mesmos, sentindo, fazendo escolhas, se incomodando, aproveitando, aprendendo, mudando.

O ator Pedro Cardoso, que está nesta Dia-a-Dia, é um que fica à vontade com a própria personalidade e com o fluxo da vida. Tanto que, após 14 anos na Globo, agora vive projetos pessoais, nos quais realmente acredita. “Tenho orgulho do meu trabalho, se a emissora não teve a sensibilidade para a qualidade dele é demérito dela, não meu”, comenta em entrevista reveladora. E sobre fechar ciclos e começar outros, trazemos histórias de transformações. Concluimos o projeto Sob Medida, iniciado em abril, com saldo positivo: muitos quilos a menos e, principalmente, os exames em ordem, a autoestima lá em cima e a esperança de um futuro bem mais saudável. “Comecei com o intuito de sair do sedentarismo e ter uma vida melhor para curtir minha filha. Perder peso seria consequência. Enfrentei obstáculos, mas eles me deram força. A cada dia que passava me sentia mais apto a vencer os desafios. E venci, estou feliz”, relata Ricardo Trida.

O amor de pai moveu o participante do Sob Medida e é o combustível diário de Paulo Sérgio Aviles, 47, de Santo André, que está no Minha História desta edição. Ele perdeu a mulher em 2008 e precisou assumir a criação dos filhos. Na época, eles tinham 4 e 11 anos. “Fui vivendo um dia de cada vez. Se pensasse a longo prazo, enlouqueceria”, revela. E é assim, na filosofia do um dia de cada vez que Fabio Assunção se derrete pelas crias. Ele é pai de Ella, 5, e de João, 13, com quem atua lado a lado também nos cinemas. “Essa é a minha concepção de amor, (a parceria) que a gente tem”, afirma. Ao virar as páginas da edição 99 da Dia-a-Dia você vai ler também reportagem sobre a participação das mulheres do Grande ABC nos Jogos Olímpicos, além de ficar morrendo de vontade de ter um ofurô na sacada, tendência nos apartamentos.

Voltando à roda-gigante que é a vida, peço licença para um relato pessoal, na verdade, uma homenagem a alguém que tem surpreendido a todos ao encarar a notícia de uma doença, na teoria, incurável: meu pai. O professor na época da escola não me ensinou a viver, mas ele, perto dos seus 71 anos, tem mostrado a cada dia que não existe muita fórmula a não ser viver com intensidade, com vontade, com amor todos os segundos que nos restam. Então, obrigada, pai. Seu sorriso é a melhor lição de todas, é tudo o que preciso saber.

 

 



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