Hora de fazer história

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Dérek Bittencourt e Marcela Munhoz

Do alto do seu 1,68 m, a chinesa naturalizada brasileira Gui Lin, 22, integrante da Seleção Brasileira de tênis de mesa, dá aula de igualdade. “O conceito de uma Olimpíada é não ter preconceito”, destaca a atleta do Palmeiras/São Bernardo. Ela é uma das 209 mulheres (sendo 14 com alguma ligação com o Grande ABC) da delegação recorde do Brasil em Jogos (465 no total). A porta-bandeira da abertura do evento, inclusive, foi a pentatleta Yane Marques. E Janeth, do basquete, escolhida a prefeita da Vila dos Atletas.

Mesmo vivendo no século 21, ainda há quem duvide da capacidade da mulher. As do esporte, entretanto, estão aí para provar e escrever o contrário. “Não tem essa. Jogamos de igual para igual”, afirma a são-bernardense Bruna Takahashi, 16, atleta do tênis de mesa da Prefeitura de São Caetano e mais jovem da delegação brasileira na Rio-2016. Das 21 medalhas conquistadas em Londres-2012, seis foram delas. “O espírito do esporte é de garra, nunca desistir, sempre lutar. E não vejo diferença de masculino ou feminino nisso. O importante é treinar bem, correr atrás do sonho e mostrar a vontade de querer vencer”, defende Gui Lin.

Nos campos de futebol, área que os homens dominam (ou, pelo menos, acham), o Brasil também está bem representado. A Seleção Brasileira, que já fez sua estreia, está mais do que preparada. O treinamento intenso começou há dois anos, com disputas em torneios de alto nível e amistosos contra grandes seleções. Desta vez, o ouro chega (em 2014, perderam na prorrogação contra os Estados Unidos).

Pelo menos é essa confiança que transborda nas palavras da lateral Tamires Cássia Dias Gomes, 28. “As expectativas são as melhores. Será minha primeira Olimpíada e sendo aqui no Brasil torna tudo mais especial”, diz a mineira, que mora em Santo André há cinco anos. Segundo ela, é difícil que o futebol feminino consiga os méritos e a atenção do masculino, mas isso não abala. “Hoje a mulher tem voz bem mais ativa, buscamos os nossos direitos com mais esperança de sucesso. Quando a mulher quer algo é difícil segura-lá.”

Participação feminina

Rio-2016: 465 atletas (256 homens e 209 mulheres)

Londres-2012: 259 atletas (136 homens e 123 mulheres)

Pequim-2008: 277 atletas (144 homens e 133 mulheres)

 



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