Moda que transforma

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Yasmin Assagra

O maior evento de moda do Brasil e da América Latina, mais uma vez, mudou os diversos conceitos existentes quando o assunto é tendência e as transformações entraram para a grande bagagem do evento neste ano. A SPFWTrans42 apostou nas novas possibilidades e abusou de inspiração e potências. Se a ideia foi desafiar, as coleções apresentadas (no fim do mês no Ibirapuera e em diversos pontos de São Paulo) cumpriram suas missões.

A Animale deu início à semana com desfile na Vila Olímpia. A grife de Vitorino Campos foi apresentada em sua melhor performance. Springs, Nova York – onde viveram artistas do expressionismo, como Jackson Pollock –, foi a grande inspiração. Pele à mostra e babados sempre fizeram sucesso nas peças e permanecem. Desta vez, o bri­lho com roupas marcadas por amarrações ganharam destaque, além de vestidos inspirados em camisolas de 1910. Os jeans com paetê são grandes apostas para próximas estações.

O segundo dia foi marcado com grande estreia. Além dos veteranos À La Garçonne, Patrícia Vieira e Reinaldo Lourenço, a coleção Lab, de Fióti e Emicida, veio para integrar o catálogo das marcas. A questão do empoderamento foi trabalhada durante toda a apresentação, a começar pelos modelos com diversos tipos de corpo. O cantor Seu Jorge desfilou de saia longa plissada e os modelos plus size, como a também cantora Ellen Oléria, arrancaram aplausos. A inspiração foi nos tecidos angolanos, transformando a coleção em algo global. As estampas fortes e detalhadas foram caracterizadas por releitura tradicional ao contemporâneo. Detalhe para as alças por dentro de jaquetas, como se fossem mochilas. Para os irmãos, a Lab passou recado de evolução, inclusão e novos protagonismos. “Se a moda é o termômetro dos gostos e das emoções que gritam nas ruas, então Emicida e Fióti estão no caminho certo”, exaltou Emicida.

O clima de praia com toque de inverno marcou o terceiro dia. Os looks misturados para esta ocasião estiveram presentes no desfile da Ana Claudia Dias, A. Brand. As camisas e calças, tanto femininas quanto masculinas, foram as apostas em blusões compridos, pijamões e parkas em cores agradáveis de meia-estação. Inspiração no lifestyle, de quem gosta do design, mas com conforto. Além da moda praiana, Lolitta e Fernanda Yamamoto também coloriram as passarelas.

Iódice, Água de Coco, Vitorino Campos, Amir Slama e Osklen completaram o quarto dia de desfiles, porém, a grande emoção veio com Ronaldo Fraga, com sua ideia transgênera. Os 28 transexuais escolhidos desfilaram para o estilista em sua coleção El Día Que Me Quieras, que levantou a bandeira da transfobia. Com diferentes vestidos, as modelos usaram variação de estampas e detalhes nas mangas, golas e acessórios. Modelos como Carol Marra, Valentina Sampario e Verónica Vallentino participaram. “Representar todos nós naquele lugar, neste tempo, só me deixa ainda mais certa de que juntas somos imbatíveis. Estou maravilhada!”, declarou Verônica Vallentino.

No quinto dia, a coleção de Samuel Cirnansck apostou forte no jeans acompanhados de brilho e rendas. Samuel usou sua história no início da carreira, em que vendia camisetas de próprias estampas, fazendo com que levasse o brechó do luxo ao acervo pessoal na SPFW. Também fizeram parte da programação Glória Coelho, Vix, Just Kids, Helo Rocha e Ratier.

Para o último dia, Sasha Meneghel estreou pela Coca Cola Jeans e, nesta coleção, as camisas oversizes, jaquetas bomber e casacões longos foram usados em branco, preto e prata. Apostas que vêm funcionando nos últimos anos na Europa e no Brasil com as sobreposições, foram embaladas no fim do evento. Durante o dia, Memo, Cotton Project e João Pimenta também realçaram as passarelas.




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados