Na casa de Deus

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Miriam Gimenes

 Meu filho tinha apenas 9 meses de vida quando o levamos para viajar a primeira vez. O destino era Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, e partimos para uma aventura sem saber o que estaria por vir. E, ao contrário do que temia a mãe de primeira viagem aqui, correu tudo normalmente e o pequeno ‘sobreviveu’ à sua ida de estreia à Cidade Maravilhosa, que durou pouco mais de uma semana.

 
Pois bem. Depois dessa vez embarcamos para outros destinos e sempre o levamos junto com a gente. Sou da opinião de que ainda que seja pequeno, as lembranças que ele guardar dessas experiências com a gente aparecerão em algum momento em sua vida.
 
Fernanda Braz, a autora da coleção Vovô Conhece o Mundo, diz que viajar com a criança é um investimento para a educação e desenvolvimento intelectual dela. “De uma maneira natural e divertida é a melhor forma de eles aprenderem, criarem a resiliência, estimulando o exercício da flexibilidade e adaptabilidade”, diz.
 
Entre os motivos que elenca como vantagem das aventuras em família estão: viajar estreita os laços familiares, cria memórias inesquecíveis, contribui com o processo de aprendizagem, estimula a se adaptar a comidas diferentes sem torcer o nariz e ensina a respeitar e entender a diversidade. Além de, é claro, render momentos de diversão que a correria do dia a dia não permite nem aos pais nem aos pequenos.
 
Em nossa última viagem de férias fomos para Maceió - lugar com praias ótimas para quem tem criança – e realizar um sonho antigo meu: conhecer as cidades históricas de Minas Gerais. Passamos três dias em Tiradentes e outros três em Ouro Preto.
 
Entramos em incontáveis igrejas de lá e, quase todas as vezes, eu explicava para ele que tratavam-se da casa de Deus. Quando avistava uma nova (como a que está na foto, a de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto), dizia: ‘Olha, mamãe, que linda!. Frase que eu também dizia e achava que ele fazia apenas para me copiar.
 
Eis que quando voltamos e, no momento de dormir, pedi para agradecermos pela viagem e ele o fez. E acrescentou: ‘Mamãe, você esqueceu de uma coisa. De agradecer para o Papai do Céu por Ele deixar a gente entrar na casa dele.” Ouvir isso me mostrou que ele entendeu – muito mais do que eu pensava – o recado.



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