Miami para quê?

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Dérek Bittencourt

 
Os outlets são vantajosas alternativas para tempos de economia instável que não permitem gastos com roupas, calçados e outros itens. Ainda assim, fazer uma compra aqui e ali nunca é demais. E se for possível unir preços baixos a grandes marcas, estes verdadeiros oásis de compras atendem às expectativas. Até o início da década era preciso ir a Miami ou Orlando, nos Estados Unidos, para encontrar locais que reúnem boas ofertas. Ambos os destinos ainda são rotas frequentes para quem tem boas condições financeiras, mas não é preciso pegar o avião ou sequer rodar muito de carro para chegar a ambientes que lembram – e muito! – os dos centros de compras da Flórida: o Outlet Fernão Dias, em Atibaia (75 quilômetros), o Catarina Fashion Outlet, em São Roque (83 quilômetros) e o Outlet Premium, em Itupeva (91 quilômetros), por exemplo, reúnem três exemplos destes shoppings de conceito grifes a custo reduzido a menos de 100 quilômetros do Grande ABC.
 
Obviamente existem os mais variados tipos de itens e preços – não se espante ou desaponte ao encontrar bolsas, joias ou relógios por milhares de reais. Ou, por outro lado, comprar por quilo. É possível encontrar de tudo. E quem teve experiência neste tipo de local sabe utilizar artimanhas, como ir às gôndolas do fundo das lojas em busca de últimas peças de uma coleção ou não se intimidar em migrar de arara em arara verificando etiquetas na caça de oportunidades. Outra dica é buscar locais com o slogan 'leve dois, pague um'. Os números referentes às porcentagens de desconto colados às vitrines nem sempre são condizentes a muitos itens – há marcas que estampam 95% de desconto alusivos a peças únicas. Aliás, atenção às etiquetas: é possível que o valor seja ainda menor.
 
Com cada dia mais adeptos por conta de suas características, os outlets nem sempre tiveram boa aceitação por aqui. Na primeira investida de empresários para trazer este modelo de venda ao País – nas décadas de 1980 e 1990 –, o negócio não decolou, muito em razão de ser baseado nas lojas de fábrica. Entretanto, com o engajamento de marcas famosas, o segmento ganhou força e só tende a crescer. Tanto que, até 2019, com investimento de R$ 500 milhões, 13 novos outlets devem ser inaugurados no Brasil, totalizando 30 unidades em solo verde e amarelo.
 
Com experiências nos centros de compras do Interior de São Paulo e também nos da Flórida, a advogada Carolina Di Lullo Ferreira, 27, de São Caetano, traça paralelo sobre comprar aqui e lá. “Diziam que 'quem converte não se diverte', mas hoje a conversão é essencial por conta do câmbio. Fazer compras com o dólar a R$ 2,50, R$ 3, é bem diferente”, pontua. Segundo ela, por outro lado, é para comemorar a vinda de algumas marcas para o Brasil. “Elas estão se consolidando também nos outlets.” A dica principal da advogada é primeiro percorrer as lojas daqui e, caso não encontre o que procura, comprar lá fora. “Existe margem grande de diferença. Marcas de luxo talvez compense trazer de fora.”
 
Carolina costuma fazer pesquisa prévia on-line ou nas lojas físicas antes de seguir um caminho – sem arrependimentos – na hora da compra. “Dou uma olhada para ver quanto custa aqui e no Exterior, e analiso se as condições continuam benéficas considerando câmbio, tributos e gastos com a viagem. Além disso, aqui no Brasil dá para parcelar”, explica. Em sua última compra em outlet daqui, ela conseguiu economizar R$ 175 em uma camisa e R$ 50 em um tênis.
 
NA REGIÃO
O Grande ABC também conta com locais que oferecem preços mais em conta. Dentro do Golden Square Shopping, em São Bernardo, tem a loja Estoque. Também na cidade, o Q Mais Outlet (Avenida Pery Ronchetti, Nova Petrópolis) reúne opções a custo convidativo, que vão de roupas a bolsas, óculos, sapatos e itens para a casa.
 
Quem bate cartão nestes locais é a advogada são-bernardense Luciana Daniele Piccoli, 30. Com experiências em Nova York e Itália, ela exalta os daqui da região. “Passei a ir aos outlets pelo preço, pela qualidade e por poder parcelar. Não pago mais valor cheio na loja. Se podem vender mais barato, por que vou pagar mais caro? Inclusive ensinando as amigas como fazer”, ressalta ela, que sugere ir frequentemente aos locais em busca de novidades. “Muita gente acha que outlet só tem peça com defeito”, admite. “Precisa garimpar, porque, às vezes, não tem nada e outros dias que recebem muita coisa”, afirma a advogada, que conta algumas das vivências e economias que já teve nos outlets do Grande ABC. “Já peguei bazar com vestido de marca por R$ 10, que na coleção custava muito mais.”
 
Dicas de Compras
Evite fins de semana/feriados; são períodos mais lotados e não há reposição de estoque;
Chegue no horário ou próximo da abertura;
Realize as compras do fundo – onde estão as promoções – para a frente da loja;
Busque por cupons de desconto no site, nos balcões de atendimento ou no verso das notas fiscais – há lojas conveniadas;
Verifique araras de peças com pequenos defeitos – os descontos podem ser ainda maiores;
Leve uma mala para não precisar voltar ao carro com as compras – questão de tempo e segurança;
Carregue uma garrafa de água para abastecer nos bebedouros;
Vista roupas leves por conta da temperatura quente dessas cidades; isso facilita na hora de experimentar as peças;
Pesquise previamente os preços nos sites ou lojas físicas.
 
 
 
PASSEIO EXTRA
Além dos preços, os espaços de compras apostam em diferenciais para atrair os consumidores, como praças de alimentação – com direito a lanchonetes, cafés e restaurantes –, wi-fi grátis, espaço para as crianças e pets, valet e outros. O Outlet Premium inaugurou há um ano e meio um estacionamento com mais de 2.000 vagas em prédio ao lado. Além disso, o centro comercial oferece cupom com descontos vantajosos, basta solicitar no balcão de atendimento. Já para se ter acesso a um sistema similar no Catarina Fashion Outlet, é preciso cadastro prévio no site do estabelecimento e as ofertas das lojas preferidas são enviadas por e-mail. O Outlet Fernão Dias, por sua vez, conta com um boliche/bar entre R$ 90 e R$ 120, dependendo do dia e horário.  



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