Quarto para dois

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Caroline Manchini - Especial para o Diário

 

 Apesar da queda de 17% no preço de venda dos imóveis residenciais prontos – entre os anos de 2014 e 2017 –, de acordo com o Índice FipeZap, que teve como base o mercado de 20 cidades, algumas famílias brasileiras ainda sofrem com os impactos da crise econômica que atingiu o País no mesmo período. Encontrar imóveis menores e com poucos cômodos é alternativa. Com espaço reduzido, a criatividade foi a saída para decorar o quarto das crianças – muitas vezes de gêneros e idades diferentes –, bem como acomodá-las no mesmo ambiente sem invadir a privacidade de cada uma. Além disso, a escolha do quarto compartilhado também está interligada com a opção dos pais de que os filhos tenham convivência mais próxima.

 
A primeira dica para decorar o local adequadamente, segundo especialistas, é pintar paredes, portas e janelas do cômodo com cores neutras como cinza, bege, branco ou tons amadeirados. “O piso também deve seguir essa paleta para dar a sensação de equilíbrio”, sugere a arquiteta Tâmara Moreno. Para caracterizar o espaço de cada um dá para utilizar brinquedos, roupas de cama temáticas, cortinas, almofadas, tapetes, pufes, quadros, abajures, baús, cabeceiras e armários de cores diferentes.
 
“É legal conversar com as crianças antes de colocar o projeto em prática e perguntar a cor com a qual mais se identificam. A partir daí, tentamos entrar em acordo”, explica o arquiteto Thiago Guimarães. Ele esclarece também que se perdeu muito o costume de ser azul para menino e rosa para menina. “Hoje muitos optam pelo amarelo, lilás e verde, por exemplo.” Nesse caso, a tarefa mais importante é deixar, brincando com as cores, cada espaço com personalidade e características das crianças.
 
 
CADA UM NO SEU QUADRADO
As recomendações para o quarto compartilhado entre irmãos de idades muito distintas – uma criança de 6 ou 7 anos e um bebê recém-nascido, por exemplo – são semelhantes. Além de manter o ambiente com cores neutras, é aconselhável não infantilizá-lo tanto com os acessórios do bebê. Para identificar o espaço dele, é comum o uso do berço, roupa de cama ou trocador.
 
Em relação às camas, é preferível que cada criança tenha a sua. Os especialistas não aconselham as em formato de ‘L’ onde os pequenos ficam muito próximos, perdendo, consequentemente, a privacidade. “Ter o próprio cantinho para expressar suas particularidades é importante para manter a individualidade, mesmo em ambiente coletivo. Isso vai ajudá-los a respeitar o espaço um do outro”, esclarece a psicóloga Luísa Pernias.
 
À vista disso, a madeira ou tecido da cabeceira podem caracterizar e dar personalidade ao local. Pode-se também brincar com as cores das roupas de cama, trabalhando com a mesma temática. “Se usarmos o xadrez, por exemplo, podemos, na cama da menina, combinar o tema com rosa ou verde e na do menino azul, verde ou amarelo”, explica Guimarães. Se o espaço não permite que se tenham duas camas, a alternativa para as crianças mais velhas é optar por beliches ou bicamas.
 
No caso dos guarda-roupas é importante colocá-los ao lado da cama de cada um, para que saibam onde irão guardar seus pertences, respeitando, assim, o espaço do outro. Se houver apenas um móvel, que deverá ser dividido entre eles, aconselha-se que os espaços sejam separados por portas. “Se necessário, pode-se pintá-las de cores diferentes para que sejam identificadas”, diz Guimarães. Outra opção é utilizar cômodas para separar as vestimentas. “Além de prática, pode ser transformada em elemento decorativo”, assegura Tâmara.
 
IRMÃ E IRMÃO
Existem muitas outras alternativas para quarto dividido, e tudo vai depender da criatividade dos pais e profissionais especializados. Exemplo disso é o quarto dos filhos de Aline Macedo, 26, de Santo André, que, com ajuda de um marceneiro, aproveitou cada centímetro do espaço de 6,93 m². Embaixo de uma das camas está o guarda-roupa, dividido pelos irmãos Vanessa, 7, e Gabriel, 5. São duas portas de correr, separando os espaços. A escada, que dá acesso ao beliche, é feita com gavetas, onde os pequenos podem guardar seus pertences. Tem também uma mesinha reclinável, que pode ser abaixada quando não está em uso.
 
“O segredo para aproveitar o espaço é planejar todos os móveis”, garante Aline. Ela destaca ainda que, para que as crianças compreendam esse convívio coletivo, é importante convidá-las para ajudarem na organização do quarto. “Elas mesmas dão ideias do que podemos manter ou não no ambiente”, conta. Essa é uma das formas de evitar que surjam conflitos entre os irmãos. “Além disso, questões como tolerância, respeito, diálogo e paciência também precisam ser ensinadas e estimuladas. Dessa maneira, a vivência entre eles será mais saudável e prazerosa”, explica Luísa.
 
 



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