No Fim das Contas: Lendas Urbanas

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Élvis Clovis

Não fazem mais lendas urbanas como antigamente. Aliás, não se faz mais nenhuma. Qualquer mistério que se tente criar não resiste a 20 comentários e vira fake news. Nos acostumamos a vídeos reais de atropelamentos, quedas fatais, tiroteios e explosões em postos de gasolina. Tudo em tempo real. O virtual matou a fantasia, então coloquei minha equipe de estagiários para fuçar o esquecido mundo fantástico e revelar como vivem, do que se alimentam e com quem transam as lendas urbanas do século passado.
 
LOIRA DO BANHEIRO – Nome real, Maria do Rosário. A mulher que tanto aterrorizava quanto excitava os estudantes dos anos 1970 vestida de branco e que trazia os orifícios da cabeça tapados por chumaços de algodão, hoje está com 89 anos, tem quatro netos, dois bisnetos e ainda frequenta banheiros, mas agora como faxineira, pois não conseguiu se aposentar. Ela percebeu tardiamente que nem ela nem qualquer funcionário de escolas têm sobrevivência satisfatória.
 
O HOMEM DO SACO – Belarmino do Anjos é um homenzinho que não lembra mais a idade, nem onde estão seus documentos. “Sempre fui meio desorganizado, guardava tudo no mesmo...deixa pra lá”, conta. “Tudo que falam por aí é mentira! Nunca peguei criancinha para fazer sabão...No máximo, transportei uns milhares de dólares. Mas quem nunca?”
 
A FANTASMA CARONEIRA – Esta mulher que gostava de andar de táxi perto de onde era sua morada eterna, quase morreu pela segunda vez quando cismou de ressurgir há uns meses e resolver usar um aplicativo. Ela e o motorista que atendeu só escaparam dos taxistas enfurecidos ao se esconderem na capelinha do cemitério. Diz outra lenda que os dois se casaram ali mesmo e morreram felizes para sempre.
 

BEBÊ DIABO – Esta lenda, diz a lenda, teria nascido aqui mesmo no Grande ABC, criado por um jornalista. Imagina! Jornalista não consegue criar o próprio filho, quanto mais o do capeta. Mas dizem que o menino cresceu, não quis, com toda a razão, seguir a carreira do pai adotivo e montou vários inferninhos aqui e em outras regiões. 




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