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Vitor Kley lança álbum As Pequenas, Grandes Coisas e convida público a enxergar beleza no cotidiano
25/04/2025 | 19:11
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Desde que estourou nacionalmente com O Sol, em 2018, Vitor Kley vem moldando uma identidade musical que transita entre o pop leve e a espiritualidade cotidiana. Com um olhar mais maduro e introspectivo, o cantor apresenta seu sexto álbum de estúdio, intitulado As Pequenas, Grandes Coisas, marcando uma nova fase em sua carreira, com um ar mais autoral e conectado ao que há de mais humano.

Em entrevista exclusiva ao ESTRELANDO, o artista falou sobre o processo criativo do disco recém-lançado, refletiu sobre uma de suas faixas favoritas e destacou a importância de valorizar gestos simples, como ter um momento para respirar. Após o sucesso de A Bolha, projeto lançado em junho de 2020, o gaúcho explicou que esse respiro de quase cinco anos entre os lançamentos foi essencial para que ele pudesse construir com calma todo o conceito que seria apresentado ao público no trabalho lançado em 2025.

Durante esse período, ele e o irmão resolveram questões burocráticas, como a saída da gravadora e a transição para a carreira independente. Com isso, partiram em busca da equipe de peso responsável pela nova produção.

- Esse tempo foi muito necessário para achar um time, amarrar todos os pontos e falar: Pô, agora nós estamos prontos para entregar um álbum daquele jeito para as pessoas que gostam da gente, afirmou.

As Pequenas, Grandes Coisas nasceu justamente dessa fase de desaceleração e de uma observação mais sensível da vida ? mensagem que ele busca passar ao público por meio das 11 canções autorais que permeiam o disco:

- Acho que é isso que a gente precisa valorizar mais, sabe? Um café com alguém que tu ama, um abraço sincero, uma palavra de conforto. Essas coisas pequenas que, na verdade, são gigantes. O álbum é sobre isso. Sobre o que realmente importa.

O título impactante do projeto, que por si só já entrega uma reflexão, surgiu de maneira quase intuitiva. Primeiro veio o azul ? cor que começou a se manifestar de forma simbólica na vida do cantor, já que ele segue a ordem dos tons do arco-íris para ilustrar as capas de seus trabalhos. Depois, em um momento de inspiração durante um voo, surgiu a frase As Pequenas, Grandes Coisas, anotada em meio a rascunhos de possíveis títulos.

- É um gesto pequeno, mas que muda o mundo. Dar bom dia, abrir um sorriso para uma pessoa e clarear a vida de uma e da outra. Quando escrevi e li, pensei: Cara, isso aqui é um nome incrível para filme, para álbum, para livro. Esses gestos me acompanham desde a infância, então acho que simboliza muito bem quem eu sou e o que quero passar para o mundo.

Camada filosófica de As Pequenas, Grandes Coisas

Vitor compartilhou como seu sexto álbum de estúdio carrega uma camada mais filosófica. Essa identidade também se manifesta em um equilíbrio delicado entre luz e introspecção dentro das 11 canções do trabalho, que ele analisa como aspectos de sua essência artística:

- De uns anos para cá, eu tenho lido mais livros de filosofia. Muitas canções do álbum têm essa duplicidade de sentimentos: de uma hora ser alegre, mas na verdade não ser. Sempre tem duas coisas rolando ali em boa parte das canções, e eu acho que isso é meio que uma fórmula do meu DNA mesmo. Gosto muito dessas harmonias que têm um pezinho na melancolia.

Aos 30 anos, Kley observa que a maturidade também o influenciou na forma como aborda determinados assuntos nas faixas que cria:

- Sinto que, cada vez que a gente vai ficando um pouco mais maduro, vai tendo outras maneiras de abordar os mesmos temas. O amor é um deles. Acho que eu falava de amor de um jeito, hoje falo de outro. E acho que os temas também têm várias ramificações. Então, em As Pequenas, Grandes Coisas, isso acaba acontecendo e o lado melancólico fica mais evidente.

Reflexão por trás de Vai Ficar Bem e a conexão com Charlie Brown Jr.

Uma das faixas que mais chama atenção por conter esse quê de melancolia, misturado com um lado reflexivo e positivo, é Vai Ficar Bem. No clímax da música, os versos são claros:

Todo mundo sabe aonde quer chegar

A vida nos reserva o melhor lugar

Sei que um dia tudo isso vai ficar bem

Vai ficar bem, ô vai ficar

Vitor fala com carinho sobre essa canção autoral, que descreve como uma de suas favoritas, tanto pelo arranjo quanto pela mensagem.

- É uma música que eu gosto muito da composição. Apesar de ser um questionamento meu comigo mesmo ? sobre o mundo, sobre a humanidade ?, eu acho que ela tem esse quê de leveza. O refrão é um grito mesmo: Vai ficar bem! Ô vai ficar!

O cantor também reflete sobre a missão da letra:

- Apesar de todas essas questões da velocidade do tempo, das pessoas não estarem olhando para essas pequenas coisas, o quanto vale a nossa vida, o nosso acordar, o nosso respirar... Tenho certeza de que, no fim das contas, tudo vai ficar bem. E ela tem essa missão mesmo, de passar essa mensagem.

Em sua visão, Vai Ficar Bem ainda carrega tons de referência nas canções da banda Charlie Brown Jr.:

- Vejo que ela tem um quê de Charlie Brown. Acho que traz um pouco dessa essência também. Geral que escuta ela fala que tem alguma coisa de Chorão nesse som. Talvez tenha até vindo daí um pouco da referência.

Vitor Kley também revelou suas expectativas quanto ao impacto do álbum em seus fãs:

- Eu espero que eles prestem mais atenção nas pequenas grandes coisas ao seu redor. Espero que, depois de ouvirem Arco-Íris, que é a última música, as pessoas se sintam inspiradas a abraçar alguém, resolver desavenças e refletir sobre suas atitudes, concluiu o cantor.




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