A principal acusadora do financista Jeffrey Epstein e do príncipe Andrew por abusos sexuais, Virginia Giuffre, morreu aos 41 anos nesta sexta-feira, 25. Segundo sua família, ela cometeu suicídio na fazenda onde morava, na Austrália.
A advogada foi vítima de tráfico de pessoas do financista americano Jeffrey Epstein quando era adolescente. Em 2009, ela foi uma das mulheres a acusar Epstein de chefiar uma rede criminosa para abusar de adolescentes.
"Virginia foi uma guerreira feroz na luta contra o abuso sexual e o tráfico sexual. Ela foi a luz que iluminou tantas sobreviventes", disse a família em um comunicado. "Apesar de todas as adversidades que enfrentou na vida, ela brilhou intensamente. Sentiremos muito a sua falta."
Segundo a acusação de Giuffre, Epstein teria a recrutado junto com a cúmplice Ghislaine Maxwell (filha do magnata britânico Robert Maxwell) quando ela era menor de idade, com o pretexto de torná-la massagista sexual. A acusação foi feita inicialmente na Justiça, sob o pseudônimo Jane Doe 102.
Em 2015, ela tornou a história pública ao contá-la para o tabloide The Mail on Sunday, um tabloide britânico.
Em 2019, ela contou que entre os amigos de Epstein e Maxwell, que também abusavam das garotas, estava o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III. Ele negou as acusações no início, mas renunciou aos deveres reais em 2019 e em 2022 fez um acordo judicial com Giuffre.
Apesar de ter admitido mais tarde que havia mentido em alguns pontos da denúncia, como a idade em que conheceu Epstein, os relatos de abusos foram confirmados por documentos, depoimentos de testemunhas e fotos - incluindo uma dela e de Andrew, com o braço dele em volta da barriga nua dela, na casa de Maxwell em Londres.
Giuffre disse em um de seus processos que fez sexo com o príncipe três vezes: em Londres durante uma viagem em 2001, na mansão de Epstein em Nova York quando tinha 17 anos e depois nas Ilhas Virgens, quando ela tinha 18.
"Ghislaine disse: 'Quero que você faça por ele o que faz por Epstein'", disse Virginia Giuffre ao "Dateline" da NBC News em setembro de 2019, referindo-se ao príncipe.
Nascida nos Estados Unidos e radicada na Austrália, Virginia Giuffre se tornou uma defensora dos sobreviventes da rede criminosa comandada por Epstein, que foi preso em 2019 em Nova York após ser sentenciado por tráfico sexual.
Segundo o governo dos Estados Unidos, Epstein explorou sexualmente mais de 250 meninas menores de idade durante os anos 2000. Ele foi encontrado enforcado em sua cela um mês após ser preso, aos 66 anos, no que foi considerado suicídio.
Ela deixa três filhos, que a declaração descreve como a "luz de sua vida". "Sua coragem me impulsionou a lutar com mais afinco, e sua força foi inspiradora. O mundo perdeu um ser humano incrível hoje. Descanse em paz, meu doce anjo", escreveu a advogada de Giuffre, Sigrid McCawley, em um comunicado. /NYT, AP, AFP
Em março, Giuffre foi hospitalizada após um acidente grave de carro e publicou no Instagram em que ela dizia que estava sofrendo de insuficiência renal, por causa do acidente.
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