Espanha da uvas

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Vinícius Castelli

Muito além de Madri ou Barcelona, país europeu guarda regiões que respiram vinho

As praias da Catalunha, junto dos encantos criados pelo arquiteto Antoni Gaudí (1852-1926), responsável por diversos atrativos turísticos em Barcelona, ou a vida cultural intensa de Madri, são algumas das razões para se visitar a Espanha. Mas se você ainda precisa de mais alguma ‘desculpa’, que tal desbravar o universo dos vinhos do país europeu?

É uma boa pedida para apreciadores da arte do vinho e também para quem quer aproveitar essa justificativa para descobrir cidadezinhas encantadoras onde se produz essa bebida tão importante para os espanhóis. Todas as dicas estão no livro Guia de Vinícolas España (Edições Tapioca, 260 páginas, R$ 89,90, em média). A obra é assinada por Flávio Faria, que já visitou mais de 300 vinícolas, entre 2008 e 2015, e passou por países como Brasil, Chile, Argentina, Portugal, Itália, Estados Unidos, Hungria, Suíça, África do Sul e França, por exemplo.

Assim como os espanhóis, que não contam com a pressa para preparar seus vinhos – a bebida feita por lá fica pelo menos quatro anos descansando antes de chegar ao mercado –, conhecer esses locais é algo que deve ser feito com calma.

A publicação conta com mapas, roteiros e rankings que avaliam vários aspectos das vinícolas. O guia oferece sugestões de 53 roteiros de um dia e foca em duas regiões, Ribera, que fica a cerca de 170 quilômetros de Madri, e La Rioja, em região cortada pelo Rio Ebro e situada a 366 quilômetros da capital espanhola.

Em Ribera, os vinhos começaram a ser produzidos há cerca de 2.500 anos, ainda pelos romanos. A porta de entrada da região é Arenda de Duero. Entre as dicas estão as bodegas Valduero, Tinto Figuero e Martín Berdugo, por exemplo. Peñafiel está coladinha a Arenda de Duero. É dona de diversas vinícolas e de um castelo onde se pode almoçar.

Na região, vale visitar ainda a cidade Burgos, em viagem que leva cerca de uma hora de carro. Sua catedral, em estilo gótico, é dedicada à Virgem Maria. A construção começou em 1221 e é considerada uma das mais bonitas e importantes do continente europeu. Outro local que vale ser visto é Penãfiel, na província Vallodilid e onde se situa um castelo medieval, construído em calcário, e que data do século X.

Em La Rioja, conhecida como uma das mais famosas regiões vinícolas da Espanha, a plantação de uvas data do século II a.C, e foi iniciada pelos fenícios. São cerca de 600 vinícolas. Um dos destaques é visitar Haro. O local, aliás, no dia 20 de junho celebra o vinho e para isso todas as vinícolas se reúnem para um grande evento.

Uma vez em Haro vale conhecer a vinícola La Emperatriz. Fica em uma fazenda que pertencia a Eugenia de Montijo, imperatriz da França e mulher de Napoleão III.

Além de falar sobre a produção de vinhos tintos, brancos e roses, o livro dá diversas sugestões gastronômicas, tanto dentro das vinícolas visitadas quanto fora. Em Ribera, por exemplo, é costume comer cogumelos e carne de cordeiro. Já na região de Rioja, o menu conta com batatas com chorizo e bacalhau. Se a sugestão de destino cair bem, é só se organizar e aproveitar.




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