No ar na reprise de ‘A Força do Querer’, Isis Valverde, a Ritinha na TV, fala sobre maternidade, a preocupação com a natureza e em aproveitar o presente.
O tempo parece não passar para Isis Valverde. Desde que apareceu pela primeira vez na televisão, no remake de Sinhá Moça (2006), como a Ana do Véu, a sua fisionomia é a mesma. Afirmação que não pode ser feita, no entanto, com a sua carreira. A menina mineira de Aiuruoca, neste período de 14 anos, mudou. Transitou por diversas personagens, muitas delas de destaque, a exemplo da sua primeira protagonista da novela das 21h, a Ritinha, de A Força do Querer (2017), que pode ser revista na Rede Globo.
A sereia do Pará, que sonhava em ir para o Rio de Janeiro, fez o que pôde para realizar suas vontades. “Me divertia com a indecisão do público sobre ela: se era uma vilã ou uma mocinha. Estou animada para ver como vai ser essa relação agora”, diz a atriz. Embora se identifique com a liberdade da personagem, e a intensa busca pela felicidade, Isis diz não ir até as últimas consequências para tanto. “Quero minha felicidade, mas quero também que os outros sejam felizes. Temos frequências diferentes nesse sentido.”
A atriz, que é casada com o modelo e empresário André Rezende, com quem teve Rael, que está prestes a completar 2 anos, tem aproveitado o período de isolamento para acompanhar o desenvolvimento do pequeno, para aproveitar o momento presente e para fazer as coisas que gosta. “Sou uma pessoa que adora a natureza, andar com o pé no chão. Tenho muito apego pelas minhas raízes, sou muito família”, reflete.
Ela também retomou as gravações de Amor de Mãe, novela que saiu do ar em razão da pandemia, na qual faz uma médica, a Betina, que deverá mostrar o contexto dos profissionais da saúde no combate à Covid-19. Confira, a seguir, a conversa da jovem de 33 anos com a Dia-a-Dia Revista:
Ritinha está de volta em A Força do Querer. Como recebeu a notícia de que a novela seria reprisada?
Fiquei muito feliz quando soube que A Força do Querer voltaria ao ar. Ritinha é uma personagem mágica: uma mulher livre, que não só veste uma cauda de sereia como é uma sereia. Então, vive totalmente entregue, sem amarras, sempre fiel a si. Eu me entreguei totalmente a ela. Minha preparação foi intensa. Tive aulas de apneia por causa das cenas de mergulho, por exemplo. Dei o que tinha de melhor para ela e fiquei satisfeita com o resultado. Me divertia com a indecisão do público sobre ela: se era uma vilã ou uma mocinha. Estou animada para ver como vai ser essa relação agora.
Qual a importância da personagem na sua carreira?
Ritinha é muito importante para mim. Foi minha primeira protagonista no horário nobre. De cara, já veio em uma história escrita por uma mulher como Gloria Perez e protagonizada por três mulheres. Era uma trama sobre mulheres, sobre os desejos e as vontades delas. É muito bonito que o protagonismo fosse dividido entre três personagens tão diferentes entre si, cada uma com sua verdade, com sua potência, com seus desejos e vontades. Isso só reforça que não existe regra de como ser. Todas nós podemos ser livres para sermos quem quisermos, para sermos nossa melhor versão.
A personagem foi atrás do que queria para buscar a felicidade, sem se preocupar com a opinião alheia, com as amarras impostas pela sociedade. Você se identifica com ela?
Me identifico com essa busca de liberdade dela, a vontade de viver a verdade dela. Diferentemente da Ritinha, não sou do tipo custe o que custar (risos). Busco minha felicidade, mas quero também que os outros sejam felizes. Temos frequências diferentes nesse sentido.
Como escolheu ser atriz?
Acho que a profissão me escolheu primeiro até sem eu saber (risos). Quando era mais nova, não pensava em ser atriz, mas adorava criar histórias, personagens. Acho que isso já era uma centelha da minha vocação. A vontade de investir na atuação veio depois. Me mudei para o Rio, recebi alguns ‘nãos’, o que é normal. Mas continuei tentando e fui chamada para viver a Ana do Véu, no remake de Sinhá Moça. A partir de então, não parei mais. Sou muito realizada com a minha profissão.
Que projetos tiveram de ser interrompidos em razão da quarentena?
As gravações de Amor de Mãe foram interrompidas por causa da pandemia. Agora estamos retomando o trabalho seguindo todos os protocolos de segurança.
Como lidou com este período de isolamento?
Fazendo bastante yoga para ajudar na ansiedade, a ficar no momento presente (risos). É um período difícil, muita coisa acontecendo e a gente tem mais perguntas do que respostas. Aos poucos, vamos reencontrando um caminho para tentar retomar atividades, entendendo como será a rotina daqui em diante.
Como tem se adaptado à maternidade, principalmente neste período?
Não sei se adaptação é a palavra que eu usaria. Maternidade é uma vivência, é experiência. Nesse momento de convivência mais próxima ainda com Rael, estou experimentando tudo de uma maneira mais intensa, aproveitando para acompanhar bem de perto o desenvolvimento dele. É um processo lindo de ver. A cada dia ele está diferente, aprende uma coisa nova e eu estou vendo tudo isso acontecer.
Você teve uma perda doída há pouco, do seu pai. Isso mudou sua maneira de se relacionar com quem ama?
Fez eu ter um entendimento ainda maior de que precisamos aproveitar cada momento da melhor maneira. Não dá para deixarmos o amor, o carinho e o afeto para depois. É preciso amar e viver no agora.
Quais são seus sonhos hoje?
Quero muito que encontrem a vacina. Acho fundamental também que a gente cuide mais e melhor do meio ambiente. Precisamos ter mais responsabilidade, entender que a natureza precisa ser respeitada, cuidada, preservada. Temos que cuidar do presente para garantir o futuro.
E projetos futuros?
No momento, estou envolvida na retomada das gravações de Amor de Mãe. Temos muita história para contar ainda. Betina, minha personagem, é enfermeira e vai atuar na linha de frente contra a Covid-19. Estou conversando com profissionais de saúde e com pessoas que tiveram a doença para contar essa história da melhor maneira em cena.
Quem é a Isis que o público não conhece?
Sou uma pessoa que adora a natureza, andar com o pé no chão. Tenho muito apego pelas minhas raízes, sou muito família. Busco levar a vida com leveza e tento ter calma, mesmo sendo uma pessoa ansiosa (risos). Gosto de gente: conversar, observar. Gosto de estar presente em cada momento.