Documentário ‘Babenco’, feito por Bárbara Paz, é a promessa do Brasil no Oscar; filme já está em cartaz
Dizem que quando a morte está próxima, um filme passa na cabeça daquele que está prestes a partir. O cineasta argentino Hector Babenco, que aos 38 anos recebeu o diagnóstico de câncer, passou quase metade de sua vida – ele morreu em 2016, aos 70 – compondo a trajetória. E parte dela pode ser vista no filme recém-lançado Babenco – Alguém tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, feito por Bárbara Paz e indicado do Brasil ao Oscar 2021.
Selecionado por mais de 20 festivais, o documentário – o primeiro brasileiro escolhido para premiação em Los Angeles – mostra de maneira poética como é lidar com a iminência da partida e como o amor, no caso entre ele e a Bárbara, que foi sua mulher, o fez, principalmente nos últimos anos, levar essa realidade de uma forma mais leve. “O Hector sempre foi uma pessoa apaixonada pela vida, que sempre lutou contra a doença e viveu para isso. O filme é um filme de cinema, foi construído na ilha com montador, com toda a equipe unida, porque o cinema também é feito disso”, diz Bárbara, que também fez o livro Mr. Babenco – Solilóquio a Dois sem Um: Hector Babenco e Bárbara Paz, bruto do filme.
A atriz disse que em um dos altos e baixos da doença, teve a ideia de criar o documentário, com medo que ele partisse no hospital. “Eu não comecei a fazer um filme sobre o fim, e sim que tinha um homem enfermo ali e que poderia ir agora, ou demorar muito, que lutou muito para sobreviver, que fez filmes para sobreviver. Quis fazer um filme sobre isso, sobre esse homem lutando contra os leões, contra essas doenças e tudo que tinha ao redor dele e eu ficava fascinada por isso. Entre eu e ele a gente sabia que era um filme de memórias, foi uma união, uma mão que segurou a outra e fomos até o fim.” Imperdível.