Especialista dá dicas para não se frustrar em dezembro: deve-se traçar projetos tangíveis
Todo início de ano o ritual se repete. Com 12 meses pela frente, a impressão é a de que haverá fôlego de sobra para traçar metas e atingi-las. Dá sensação de renovação, de uma história a se criar, de felicidade próxima. Mas daí o tempo passa voando, os compromissos se atropelam e chega dezembro. Pouco ou quase nada da tal lista, depois de checada, é colocado em prática.
E por que isso acontece? Felipe Moller, escritor e influenciador, fundador do Fábrica de Mentes, coletivo que tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, diz que isso não significa que não se deva traçar objetivos quando se inicia o ano. “Muito pelo contrário. Na verdade, o que tem de ser feito é ter uma meta mais realista. Penso muito que no começo do ano estamos em uma vibe positiva, de de que tudo é possível e a gente acaba se perdendo e fazendo metas bem distantes, muito pela empolgação. Aí, no final do ano nos frustramos e não temos planejamento para recalcular a rota. Quando você tem metas mais plausíveis, mais realizáveis, de fato as realiza e isso te deixa muito mais feliz, com sentimento bom.”
Moller diz que costuma brincar com seus amigos que não é possível ficar milionário da noite para o dia. “Somente se comprar o bilhete premiado (risos).” Se a meta é melhorar de vida, portanto, tem de estar ciente de que é preciso pagar o preço para isso, que implica em estudar muito, entender que isso leva tempo, tem de trabalhar e buscar empreender energia em algo que realmente possa dar retorno. Portanto, a meta de ficar rico em um ano é impossível.
O escritor pede um exercício de imaginação. “A pessoa tem de fechar os olhos e imaginar como estaria no fim do ano. Desde a casa onde mora, as pessoas com quem convive, as roupas. Se teletransportar. Analisar o que tem na sua vida. Não é sair do zero para 1 milhão. Mas algo que, realmente, seja possível.” Por isso, sugere que as ações para alcançar esta ‘cena’ sejam divididas em três meses, seis meses e 12 meses. “Tem de ter um planejamento passo a passo, sempre pensando o que preciso começar fazer amanhã para que consiga realizar o que eu quero até o dia 31 de dezembro.”
Ele cita um estudo em que mais de 96% das pessoas desistem das metas do novo ano na primeira segunda-feira útil de janeiro. “Isso porque confundem metas com sonhos. A diferença é que uma meta é uma coisa que você sabe passo a passo o que tem de fazer para alcançá-la. Já o sonho não é concreto. Você tem a tendência de jogar para o alto e esperar as coisas acontecerem. Se confronta com a realidade, o trabalho, os compromissos. Isso acaba desanimando.”
Perder peso, por exemplo, é uma das intenções mais registradas em listas de ano novo. E como conseguir realizá-la? “Tem gente que acha que começará a fazer ginástica e em duas semanas já estará com gominhos na barriga. Vamos para a realidade: quer perder 20 quilos em um ano, divide este número por 12 e coloca como meta mensal. Ficará muito mais fácil”, sugere.
O fundador do Fábrica de Mentes destaca que a palavra-chave para a realização de metas é a disciplina e não a força de vontade. “Depender apenas da motivação para conquistar seus objetivos é impossível. O ano de 2020 mostrou isso para todos nós.” Segundo ele, a motivação não pode ser a grande responsável pela ação e o sucesso. Pelo contrário. Ela nasce do resultado e esse só é conquistado a partir da disciplina. A motivação é a razão para agir, nesse sentido é o primeiro passo. Mas, durante o caminho, a disciplina é parte muito mais importante.”