Jornalista de São Caetano, Nelson Albuquerque Júnior lança hoje o seu primeiro livro, o romance O Resto de Raen (Editora Pedro & João Editores, 257 páginas, R$ 35). A apresentação acontece virtualmente a partir das 19h na plataforma Google Meet e, para participar, basta entrar em contato pelo e-mail orestoderaen@gmail.com, pelo Instagram (@nelson.escritor) ou WhatsApp (2376-4869).
Ex-editor do caderno Cultura&Lazer, do Diário, Nelson apresenta a história de Ruy Marino, rapaz que passou por várias dificuldades ao longo da vida e, com isso, resolveu seguir recluso. Entre os obstáculos está a morte dos pais e o sumiço da irmã gêmea há duas décadas. Além disso, o personagem passou por uma separação e viu sua profissão ser extinta por conta do avanço da tecnologia.
“Todos os acontecimentos foram retraindo o personagem”, conta o autor. “Ele, inclusive, criou certos medos de outras pessoas. De crianças, de pessoas em situação de rua, pois ele as vê como ameaça à sua segurança”, adianta Nelson.
O escritor explica que o ponto de partida do livro foi falar de como as pessoas precisam encontrar caminhos para ver uma sociedade melhor. “A gente vê hoje muitos conflitos e ódio. As redes sociais vieram, dando voz a todo mundo, democratizando a palavra. Mas, ao mesmo tempo, criou situação de embate que parece incontrolável”, explica. “É uma história intima. Apesar de ser fictícia, tem um pouco de mim em cada personagem”, revela.
O Resto de Raen começou a ser escrito em 2016, portanto, antes da Covid-19. Por causa da rotina pesada e falta de tempo, o autor engavetou o projeto até o ano passado, quando conseguiu terminar o processo de escrita. Apesar de a obra citar situações pandêmicas, Nelson diz que tudo não passa de coincidência. “Acabou calhando. É um reflexo desse sentimento. Até para a gente pensar na questão da empatia, de como um depende do outro”, explica.
A obra se passa em lugar que conta com diversos avanços tecnológicos e, ao mesmo tempo, ruas cheias de pântanos. “É uma metáfora do fracasso e sucesso. É a sensação de ficar pelo meio do caminho”, explica. “Você desenvolve aplicativos maravilhosos que vão ajudar sua vida, mas, ao mesmo tempo, a gente se distancia das pessoas”.
Após todos esses anos com o projeto parado, ao ver a obra pronta, Nelson comemora. “É meu primeiro livro, uma felicidade. Venho escrevendo textos literários desde o começo dos anos 2000. Dois autores importantes me inspiraram a escrever, o Charles Baudeleire <CF51>(1821-1867) e Ignácio de Loyola Brandão, com os livros Pequenos Poemas em Prosa e Cadeiras Proibidas. É um sonho realizado”.