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Vinícius Castelli
Aos 29 anos, DJ Alok apresenta novo trabalho, comemora a chegada da filha Raika e conta como a pandemia o fez repensar diversas coisas
Trabalho musical fresquinho, nova maneira de olhar para a vida e para a carreira. Nascido em Goiás, o DJ Alok, um dos mais respeitados no mundo, tem muito a comemorar. É o brasileiro mais escutado na plataforma de música Spotify, com mais de 1 bilhão de plays, por exemplo, e soma cerca de 24 milhões de seguidores no Instagram.
Isso sem contar em outros feitos, como ter sido eleito pela revista inglesa DJ Mag como o quinto melhor DJ do mundo. Mas, além de tudo isso, há mais para se celebrar: teve diagnóstico positivo de Covid-19 no ano passado, o que foi bem superado, e comemora o amor chamado incondicional, com paternidade pela segunda vez.
Batizado Alok Achkar Peres Petrillo, o artista de 29 anos, e mais de 15 de carreira, celebra ainda o lançamento de novo trabalho. O DJ acaba de tirar do forno a faixa Tu, single dançante disponível nas plataformas de streaming e que conta com a voz da dupla sertaneja Matheus & Kauan.
“Eu já havia feito música antes com Matheus & Kauan, mas agora o processo foi completo: letra, produção e videoclipe. Conseguimos manter a nossa essência musical, cada um ao seu modo e estamos felizes com o resultado. A música ficou com nossa cara e conseguiu trazer uma mistura muito boa do sertanejo com a música eletrônica.”, diz o DJ.
Alok conta que o processo de produção do videoclipe foi para lá de divertido, “porque Gkay (humorista e digital influencer) esteve conosco, participando de algumas cenas. Sempre admiramos muito o trabalho dela e com certeza tê-la só engrandeceu ainda mais esse projeto”.
Para quem ache estranho a junção de um artista, cujo foco está na música eletrônica, com uma dupla sertaneja, quando se trata de Alok não há nada de atípico nisso. Tanto que em sua live realizada no fim do ano passado, que contou com cerca de 250 mil espectadores simultâneos, resolveu homenagear o cantor Roberto Carlos – com a autorização do artista, é claro – e promoveu remix da canção Jesus Cristo.
O DJ conta que Roberto Carlos sempre foi um grande ídolo para ele. “Desde muito cedo, ouço o Rei, e realizar um remix dele foi um presente. Quando você trabalha com um som que todo mundo conhece é de uma responsabilidade muito grande, porque rola um receio de alterar a originalidade sem que as pessoas sintam falta da versão original. Acabou que o resultado ficou muito legal e todo mundo aprovou, inclusive e principalmente o Roberto. Foi pertinente também para o momento que estamos vivendo no mundo, pois Jesus Cristo fala de amor, fé e esperança”.
Alok aproveitou a live também para se lembrar de todas as vidas que foram perdidas por conta da Covid-19 no ano passado. “Nesse ano difícil que a gente passou, muitas vidas foram perdidas. Eu queria neste momento, antes de seguir em frente, pedir um minuto de silêncio para todo mundo em respeito àqueles que não estão fisicamente mais entre nós, mas a alma é eterna”, disse, na ocasião.
A doença, aliás, foi algo que Alok viu de perto. Além dele, sua mulher, Romana Novais, com quem é casado desde 2019, também foi infectada, o que fez com que a filha do casal, Raika, segunda criança deles, nascesse prematura. Agora, passado o susto, todos estão bem e o artista celebra a chegada da criança e o amor.
“A paternidade mostrou outro lado da minha vida, me fazendo enxergar o amor incondicional com muito mais clareza. Costumo dizer que eu era uma pessoa antes de ser pai e agora me vejo de outra forma, entendendo e dando ainda mais valor para muitas coisas. É como se virasse uma chave e a vida ganhasse um novo sentido”, comemora.
Para ele, uma das maiores realizações que uma pessoa pode ter é ver seus filhos saudáveis correndo pela casa, “completando o amor que nos mantém equilibrados para enfrentar todos os obstáculos que a vida nos impõe. Me sinto extremamente feliz e realizado, e cada vez mais forte para lidar com as adversidades da vida. Ravi e Raika são bênçãos e presentes de Deus”.
Longe dos grandes festivais de música e da agenda sempre agitada, por conta da pandemia, Alok conta que esse período fez repensar e reaprender diversas coisas. “Com a correria do dia a dia, agenda de shows e constantes viagens, eu tinha pouco tempo para sentar, pensar em projetos com calma, além do fato de ficar pouco tempo em casa. Hoje estou ao lado da minha família e, mesmo quando voltarmos à rotina, mudarei hábitos e com certeza ficarei mais com eles, porque para mim isso é essencial.”
Ele afirma que hoje está com um papel maior de controle sob sua carreira e com mais tempo para direcioná-la da melhor forma. “Consigo ter uma troca com meu time (mesmo a distância) e traçar melhor nossos objetivos”, diz. “Claro que não é o melhor cenário, mas estamos nos readaptando e destinando esforços em projetos paralelos muito além dos palcos, e os resultados têm sido muito bem recebidos pelo público.”
E é de olho no futuro que foca nos projetos paralelos que citou. “São construções de ideias que estavam no papel, mas não tinham datas para serem discutidas por conta dos shows”. Hoje, com esse tempo mais bem distribuído, afirma poder focar ainda mais nas coisas que quer realizar.
“O que posso antecipar é o crescimento da minha gravadora, Controvérsia.” Fala também do Instituto Alok, que em breve divulgará como está envolvido com projetos sociais, “com transparência e compromisso com a sociedade, e também o mundo dos games, que ultimamente faz parte do meu dia a dia. Além disso, muita música. Tenho vários lançamentos programados para este ano. São muitos projetos e ideias que de fato estão sendo botados em prática. Há muita coisa bacana por vir”, encerra.
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